A Dra. Susana Garrido é médica endocrinologista com vasta experiência hospitalar e uma carreira dedicada ao estudo e tratamento das doenças hormonais. Atualmente, integra a equipa médica do Vale do Sousa Saúde Penafiel, onde realiza consultas de Endocrinologia, prestando um acompanhamento completo e personalizado a cada utente.
Como endocrinologista em Penafiel, a Dra. Susana Garrido atua com foco na avaliação, diagnóstico e tratamento das alterações hormonais, sempre com o objetivo de promover o equilíbrio metabólico e o bem-estar geral.
O que é a Endocrinologia?
A Endocrinologia é a especialidade médica que estuda e trata as doenças das glândulas endócrinas, responsáveis pela produção das hormonas — substâncias fundamentais que regulam quase todas as funções do organismo. Estas hormonas controlam o metabolismo, o crescimento, a reprodução, o equilíbrio dos açúcares no sangue e até o humor, sendo essenciais para o bom funcionamento do corpo.
O endocrinologista é o médico especializado no diagnóstico, acompanhamento e tratamento das doenças hormonais, avaliando alterações que podem afetar o equilíbrio físico e emocional. Nas consultas de endocrinologia, são analisados sintomas, solicitados exames laboratoriais e imagiológicos, e é proposto um plano terapêutico personalizado, muitas vezes envolvendo ajustes no estilo de vida, medicação e acompanhamento contínuo.
Entre as patologias mais comuns acompanhadas nesta área destacam-se as doenças da tiroide, como o hipotiroidismo e o hipertiroidismo, que podem provocar cansaço, variações de peso e alterações do ritmo cardíaco. Outra área de grande relevância é o tratamento da diabetes, uma condição que exige vigilância permanente e educação do doente para o controlo adequado dos níveis de glicose no sangue.
Durante a gravidez, o endocrinologista também desempenha um papel essencial na identificação e gestão de problemas hormonais na gravidez, como a diabetes gestacional ou disfunções da tiroide, que podem influenciar a saúde da mãe e do bebé. Além disso, o especialista avalia e trata distúrbios do metabolismo, que englobam alterações do colesterol, do peso corporal e de outros marcadores que afetam o equilíbrio metabólico.
A Endocrinologia, portanto, atua como uma especialidade central na medicina moderna, ajudando a compreender como pequenas variações hormonais podem ter um impacto significativo no bem-estar e na qualidade de vida.
Principais Áreas de Diferenciação da Dra. Susana Garrido
Dedicada à Endocrinologia clínica e hospitalar, a Dra. Susana Garrido destaca-se pela sua experiência em várias áreas específicas das doenças hormonais e metabólicas. O seu trabalho assenta na avaliação rigorosa, acompanhamento próximo e abordagem personalizada de cada caso, garantindo que o tratamento é ajustado às necessidades individuais de cada utente.
Diabetes Mellitus
A Diabetes Mellitus é uma doença metabólica crónica que resulta de uma alteração na forma como o organismo utiliza a glicose (açúcar) — a principal fonte de energia das células. O problema central está na insulina, uma hormona produzida pelo pâncreas que permite que a glicose entre nas células e seja convertida em energia. Quando essa hormona está em défice ou não atua corretamente, a glicose acumula-se no sangue, originando hiperglicemia.
Existem diferentes tipos de diabetes, sendo os mais comuns a diabetes tipo 1 e a diabetes tipo 2.
- A diabetes tipo 1 surge geralmente na infância ou adolescência e é causada por uma reação autoimune: o sistema imunitário destrói as células do pâncreas responsáveis pela produção de insulina. Por isso, os doentes com este tipo de diabetes necessitam de administração diária de insulina para sobreviver e manter o controlo glicémico.
- Já a diabetes tipo 2, mais frequente na idade adulta, está muitas vezes associada a excesso de peso, sedentarismo e predisposição genética. Neste caso, o pâncreas ainda produz insulina, mas o corpo desenvolve resistência à sua ação, o que impede a glicose de ser corretamente utilizada.
Além destes dois tipos principais, existem ainda outras formas, como a diabetes gestacional, que ocorre durante a gravidez, e formas secundárias associadas a doenças pancreáticas, hormonais ou ao uso de determinados medicamentos.
Os sintomas da diabetes podem variar de pessoa para pessoa, mas incluem frequentemente sede excessiva, aumento da frequência urinária, fadiga, visão turva, cicatrização lenta e, em alguns casos, perda de peso inexplicada. No entanto, a doença pode evoluir de forma silenciosa durante vários anos, o que torna fundamental a realização de exames regulares de glicemia e hemoglobina glicada (HbA1c) — sobretudo em pessoas com fatores de risco.
O diagnóstico precoce é determinante para evitar complicações graves. Quando não controlada, a diabetes pode afetar diversos órgãos, originando problemas como retinopatia (nos olhos), nefropatia (nos rins), neuropatia (nos nervos) e doença cardiovascular, além de aumentar o risco de infeções.
O tratamento da diabetes deve ser individualizado e baseia-se num conjunto de estratégias que visam manter os níveis de glicose dentro dos valores recomendados. O plano pode incluir reeducação alimentar, prática regular de atividade física, monitorização capilar da glicose e, consoante o tipo e a gravidade, medicação oral ou insulina. Também é essencial o acompanhamento multidisciplinar, com vigilância médica, nutricional e, por vezes, psicológica, para reforçar a adesão ao tratamento e a gestão diária da doença.
A educação do doente diabético é um pilar essencial no controlo da patologia. Compreender o impacto da alimentação, do exercício e do stress nos níveis de açúcar no sangue ajuda o doente a tomar decisões informadas no dia a dia e a prevenir episódios de hipoglicemia ou hiperglicemia.
Por ser uma condição crónica e de evolução lenta, a diabetes requer seguimento médico contínuo, mesmo quando os valores parecem estabilizados. Esse acompanhamento regular permite ajustar o tratamento, identificar precocemente sinais de complicações e garantir que o plano se mantém eficaz e seguro a longo prazo.
Obesidade
A obesidade é uma doença crónica e multifatorial caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal, que ultrapassa os níveis considerados saudáveis e interfere com o equilíbrio metabólico do organismo. Longe de ser apenas uma questão estética, trata-se de uma condição médica complexa, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como um dos maiores desafios de saúde pública a nível global, devido à sua forte associação com outras doenças crónicas, como diabetes tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemia e doenças cardiovasculares.
A origem da obesidade resulta da interação entre fatores genéticos, hormonais, ambientais e comportamentais. O ganho de peso ocorre quando há um desequilíbrio prolongado entre a ingestão e o gasto energético, mas as causas subjacentes são frequentemente mais profundas. Certas alterações hormonais, como disfunções da tiroide, síndrome dos ovários poliquísticos (SOP), resistência à insulina ou perturbações das glândulas suprarrenais, podem contribuir significativamente para a acumulação de gordura e a dificuldade em perder peso.
O tecido adiposo, outrora considerado apenas um reservatório de energia, é hoje reconhecido como um órgão endócrino ativo, capaz de produzir hormonas e substâncias inflamatórias (como a leptina, adiponectina e citocinas) que influenciam o metabolismo e o apetite. Este conhecimento reforça o papel da Endocrinologia na compreensão e tratamento da obesidade, uma vez que a regulação hormonal é determinante no controlo do peso corporal.
Os mecanismos hormonais do apetite e da saciedade envolvem a ação integrada de várias substâncias produzidas no estômago, intestino, pâncreas e cérebro. A leptina, por exemplo, informa o cérebro sobre as reservas de gordura corporal, enquanto a grelina estimula a fome. Quando estas hormonas estão em desequilíbrio, a sensação de saciedade pode ser comprometida, levando ao aumento da ingestão alimentar.
Para além dos fatores biológicos, a obesidade é também influenciada por hábitos alimentares inadequados, sedentarismo, falta de sono, stress crónico e ambiente obesogénico, caracterizado pela fácil disponibilidade de alimentos altamente calóricos e ultraprocessados. Assim, o tratamento eficaz requer uma abordagem abrangente e personalizada, que envolva não apenas a perda de peso, mas também a modificação dos comportamentos e do estilo de vida.
O tratamento médico da obesidade deve iniciar-se com uma avaliação completa do estado hormonal e metabólico, de modo a identificar possíveis causas subjacentes. A partir daí, define-se um plano individualizado que pode incluir intervenções nutricionais específicas, atividade física adaptada, apoio psicológico e, quando indicado, tratamento farmacológico ou endocrinológico.
Em casos selecionados, quando o excesso de peso é severo ou quando coexistem doenças associadas, pode ser considerado o tratamento cirúrgico (cirurgia bariátrica), sempre acompanhado de vigilância médica especializada.
O acompanhamento regular é essencial, uma vez que a obesidade tende a reaparecer se não forem mantidas as mudanças no estilo de vida e o controlo metabólico. Por isso, a abordagem endocrinológica tem um papel central: compreender como as hormonas regulam o metabolismo energético, o apetite e a distribuição de gordura corporal é fundamental para alcançar resultados duradouros e reduzir o risco de complicações.
A obesidade deve ser encarada como uma doença tratável, e não como uma falha pessoal. O diagnóstico correto e o acompanhamento médico especializado permitem restaurar o equilíbrio hormonal, melhorar a saúde geral e promover uma perda de peso saudável e sustentável.
Patologia da Tiroide
As doenças da tiroide estão entre as patologias endócrinas mais frequentes e podem afetar pessoas de todas as idades, sobretudo mulheres. A glândula tiroide, localizada na parte anterior do pescoço, tem a forma de uma borboleta e desempenha um papel essencial na regulação do metabolismo, influenciando diretamente o ritmo cardíaco, a temperatura corporal, o peso, o humor, a energia e até o funcionamento do sistema digestivo.
A tiroide produz duas hormonas principais — a tiroxina (T4) e a triiodotironina (T3) — que controlam a velocidade com que o corpo utiliza energia. A libertação destas hormonas é regulada pela glândula hipófise, através da hormona estimulante da tiroide (TSH). Quando há desequilíbrio neste sistema, surgem disfunções tiroideias que podem provocar sintomas muito diversos e, por vezes, inespecíficos, o que dificulta o diagnóstico inicial.
Hipotiroidismo
O hipotiroidismo ocorre quando a tiroide produz uma quantidade insuficiente de hormonas, provocando uma lentificação do metabolismo. É a forma mais comum de disfunção tiroideia e pode ter várias causas, sendo a tiroidite de Hashimoto (doença autoimune) a mais frequente.
Os sintomas desenvolvem-se de forma gradual e podem incluir fadiga intensa, aumento de peso, pele seca, obstipação, queda de cabelo, intolerância ao frio, depressão e lentidão mental. Em mulheres, é comum o ciclo menstrual irregular e a dificuldade em engravidar.
O diagnóstico baseia-se na dosagem de TSH e T4 livre no sangue, e o tratamento consiste na administração de levotiroxina, uma forma sintética da hormona tiroideia. Quando bem ajustada, esta terapêutica permite restaurar os níveis hormonais normais e eliminar os sintomas, devolvendo o equilíbrio ao metabolismo.
Hipertiroidismo
O hipertiroidismo é a condição oposta: ocorre quando a tiroide produz hormonas em excesso, acelerando o metabolismo. A causa mais comum é a Doença de Graves, uma patologia autoimune que estimula a glândula a trabalhar em demasia. Outras causas incluem nódulos tiroideus funcionantes (nódulos quentes) ou tiroidites transitórias.
Os sintomas podem incluir perda de peso inexplicada, palpitações, ansiedade, tremores nas mãos, insónia, irritabilidade, transpiração excessiva e intolerância ao calor. Em alguns casos, há também inchaço no pescoço (bócio) ou alterações oculares (como olhos salientes na Doença de Graves).
O tratamento depende da causa e da gravidade do quadro clínico. Pode incluir medicação antitiroideia, iodo radioativo para reduzir a atividade da glândula ou, em situações específicas, cirurgia. O acompanhamento médico é indispensável, pois o controlo do hipertiroidismo previne complicações como arritmias cardíacas, osteoporose e crises tireotóxicas.
Nódulos Tiroideus e Tiroidites
Além das disfunções hormonais, a tiroide pode apresentar nódulos, formações sólidas ou líquidas que, na maioria dos casos, são benignas. Contudo, é importante monitorizá-los, pois uma pequena percentagem pode ter características malignas. O diagnóstico é feito através de ecografia cervical e, quando necessário, punção aspirativa por agulha fina (PAAF) para análise citológica.
As tiroidites, por outro lado, são inflamações da tiroide que podem ser autoimunes, víricas ou pós-parto, e que causam variações transitórias da função hormonal, com fases alternadas de hipo e hipertiroidismo.
Diagnóstico e Acompanhamento
O diagnóstico das patologias tiroideias baseia-se na avaliação clínica dos sintomas, análises laboratoriais (TSH, T3, T4, anticorpos anti-TPO e anti-TG) e exames de imagem, nomeadamente ecografia e cintigrafia tiroideia.
O acompanhamento regular é fundamental, pois as disfunções tiroideias tendem a ser crónicas ou recorrentes. Ajustes terapêuticos periódicos garantem o controlo hormonal adequado e previnem complicações metabólicas e cardiovasculares.
As doenças da tiroide afetam milhões de pessoas em todo o mundo, e o diagnóstico precoce é determinante para evitar complicações e preservar a qualidade de vida. Um seguimento endocrinológico estruturado permite restaurar o equilíbrio hormonal e garantir o funcionamento harmonioso de todo o organismo.
A tiroide, embora pequena, tem um impacto profundo em quase todos os sistemas do corpo. Cuidar dela é essencial para manter energia, equilíbrio e bem-estar.
Patologia Endócrina e Gravidez
A gravidez é um período de transformações hormonais e metabólicas, necessárias para garantir o desenvolvimento adequado do bebé e a adaptação do organismo materno a esta nova fase. O corpo da mulher passa por uma verdadeira “reorganização hormonal”: aumentam as necessidades energéticas, a produção de hormonas e o metabolismo torna-se mais ativo. No entanto, estas alterações podem desencadear ou agravar doenças endócrinas pré-existentes, exigindo vigilância médica contínua.
Entre as patologias mais comuns neste contexto destacam-se a diabetes gestacional, as disfunções da tiroide e os distúrbios metabólicos relacionados com o aumento de peso e a resistência à insulina. O acompanhamento endocrinológico é essencial para assegurar que as hormonas permanecem equilibradas, protegendo simultaneamente a saúde da mãe e do bebé.
Diabetes Gestacional
A diabetes gestacional é uma forma de intolerância aos hidratos de carbono que se desenvolve durante a gravidez, geralmente no segundo ou terceiro trimestre, devido à resistência à insulina induzida por hormonas placentárias. Estas hormonas, necessárias ao crescimento do feto, reduzem a eficácia da insulina no corpo materno, levando à elevação dos níveis de glicose no sangue.
Muitas vezes, a diabetes gestacional é assintomática, sendo detetada através de exames laboratoriais de rotina — como o teste de tolerância à glicose (PTGO) — realizados entre as 24 e as 28 semanas de gestação. Apesar de, na maioria dos casos, a glicemia voltar ao normal após o parto, esta condição requer acompanhamento rigoroso, pois pode aumentar o risco de complicações obstétricas, como bebé de grande peso ao nascer (macrossomia), parto prematuro, hipoglicemia neonatal e preeclâmpsia.
O tratamento baseia-se sobretudo em ajustes alimentares, atividade física adaptada à gravidez e monitorização regular da glicemia. Em alguns casos, pode ser necessária insulinoterapia temporária. Após o parto, recomenda-se a reavaliação metabólica, uma vez que as mulheres que tiveram diabetes gestacional têm maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.
Disfunções da Tiroide na Gravidez
As doenças da tiroide também merecem atenção especial durante a gestação, pois o correto funcionamento desta glândula é essencial para o desenvolvimento cerebral e neurológico do feto, sobretudo nas primeiras semanas, quando o bebé ainda depende das hormonas tiroideias maternas.
O hipotiroidismo pode provocar cansaço, aumento de peso excessivo, obstipação e sonolência, e, quando não tratado, associa-se a risco aumentado de aborto espontâneo, parto prematuro e atraso no desenvolvimento fetal. Já o hipertiroidismo, embora menos comum, pode causar palpitações, perda de peso, ansiedade e tremores, podendo evoluir para complicações mais graves se não for controlado.
Por isso, recomenda-se que todas as mulheres com antecedentes de doenças da tiroide ou sintomas sugestivos façam avaliações hormonais (TSH, T3, T4) antes e durante a gravidez. O ajuste cuidadoso da medicação é indispensável, uma vez que as necessidades hormonais variam ao longo da gestação.
Outras Alterações Hormonais e Metabólicas
Durante a gravidez, o aumento de hormonas como o estrogénio, progesterona, cortisol e prolactina pode interferir no metabolismo da glicose, na retenção de líquidos e no equilíbrio eletrolítico. Estas mudanças, embora fisiológicas, podem agravar condições pré-existentes como síndrome dos ovários poliquísticos, disfunções das glândulas suprarrenais ou hiperparatiroidismo.
Além disso, é comum observar alterações no peso corporal e no metabolismo lipídico, que exigem vigilância médica e nutricional. O controlo adequado destes parâmetros é determinante para evitar complicações obstétricas, garantir o crescimento fetal saudável e promover uma recuperação harmoniosa após o parto.
Importância do Acompanhamento Endocrinológico
O acompanhamento especializado durante a gravidez permite detetar precocemente alterações hormonais, ajustar a medicação de forma segura e estabelecer planos de vigilância personalizados. O endocrinologista trabalha em conjunto com o obstetra, garantindo um controlo metabólico equilibrado e prevenindo riscos tanto para a mãe como para o bebé.
Após o parto, o seguimento continua a ser importante, já que o período pós-parto pode estar associado a flutuações hormonais acentuadas, tiroidite pós-parto ou alterações no metabolismo da glicose. O retorno ao equilíbrio hormonal contribui para uma recuperação mais rápida e para a estabilidade física e emocional da mulher.
O equilíbrio hormonal durante a gravidez é essencial para a saúde materna e fetal. Um acompanhamento endocrinológico atento permite prevenir complicações, promover o bem-estar da mãe e garantir um início de vida saudável para o bebé.
Patologia da Glândula Suprarrenal
As glândulas suprarrenais são dois pequenos órgãos localizados acima de cada rim, mas apesar do seu tamanho reduzido, desempenham um papel vital na regulação hormonal e metabólica do organismo. Estão envolvidas no controlo do stress, da pressão arterial, do metabolismo energético, do equilíbrio de sais minerais e da resposta imunitária.
Cada glândula é composta por duas partes com funções distintas: a medula suprarrenal, que produz adrenalina e noradrenalina (as hormonas do stress imediato), e o córtex suprarrenal, responsável pela síntese de hormonas essenciais como o cortisol, a aldosterona e os androgénios. O bom funcionamento destas estruturas é regulado por um delicado sistema de comunicação entre o hipotálamo, a hipófise e as suprarrenais — conhecido como eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal (HHS).
Quando este eixo sofre alterações, o organismo perde a capacidade de produzir as quantidades adequadas de hormonas, dando origem a distúrbios endócrinos que podem ter manifestações discretas ou, em casos graves, colocar a vida em risco.
Síndrome de Cushing — Excesso de Cortisol
A síndrome de Cushing resulta de uma produção excessiva de cortisol, uma hormona essencial que ajuda o corpo a responder ao stress, regula o metabolismo e participa no controlo da pressão arterial e da glicemia.
O excesso de cortisol pode ser provocado por uma hiperatividade das glândulas suprarrenais (por tumores benignos ou hiperplasia) ou por uma estimulação exagerada pela hipófise, através da produção aumentada da hormona ACTH. Também pode surgir como efeito secundário de tratamentos prolongados com corticoides.
Os sintomas típicos incluem aumento de peso (sobretudo no tronco e rosto), face arredondada, fraqueza muscular, estrias arroxeadas na pele, tensão arterial elevada, alterações menstruais, queda de cabelo e mudanças de humor. Além disso, a síndrome de Cushing pode causar aumento da glicemia e maior propensão para infeções, devido ao enfraquecimento do sistema imunitário.
O diagnóstico baseia-se em análises hormonais específicas, como a dosagem do cortisol livre urinário e medição do ACTH, complementadas por exames de imagem para identificar a origem do distúrbio. O tratamento depende da causa: pode incluir cirurgia, terapêutica medicamentosa para inibir a produção de cortisol ou ajuste de doses em caso de tratamento com corticoides.
Doença de Addison — Défice de Cortisol
A doença de Addison, também chamada insuficiência suprarrenal primária, é o oposto da síndrome de Cushing. Nesta condição, as glândulas suprarrenais produzem quantidades insuficientes de cortisol e aldosterona, o que compromete gravemente o equilíbrio metabólico e hídrico do organismo.
As causas mais frequentes são autoimunes, em que o próprio sistema imunitário destrói o tecido suprarrenal, mas também pode resultar de infeções, hemorragias ou tumores.
Os sintomas são muitas vezes inespecíficos e evoluem lentamente: fadiga intensa, fraqueza muscular, perda de peso, tonturas, hipotensão arterial, náuseas, perda de apetite e pigmentação escura da pele (bronzeado anormal, mesmo sem exposição solar). Quando o défice hormonal se torna acentuado, pode ocorrer uma crise addisoniana, uma emergência médica que exige tratamento imediato com hidrocortisona e reposição de fluidos.
O diagnóstico é confirmado por análises hormonais, nomeadamente a medição do cortisol sérico e o teste de estimulação com ACTH, que avalia a resposta das glândulas à estimulação hormonal. O tratamento consiste na substituição vitalícia das hormonas em falta, com glucocorticoides e mineralocorticoides, cuidadosamente ajustados ao estilo de vida e às necessidades do doente.
Outras Patologias Suprarrenais
Além das disfunções do cortisol, existem outras doenças que afetam as suprarrenais, como os tumores produtores de aldosterona (síndrome de Conn), que provocam hipertensão resistente e diminuição do potássio no sangue, e os feocromocitomas, tumores raros da medula suprarrenal que causam picos de pressão arterial, palpitações e sudorese intensa.
Estas condições exigem avaliação especializada e diagnóstico diferencial preciso, uma vez que o tratamento varia de acordo com a origem e a gravidade da alteração hormonal.
Diagnóstico e Acompanhamento
Os distúrbios das glândulas suprarrenais exigem um diagnóstico meticuloso, já que os sintomas são muitas vezes subtis e podem confundir-se com outras doenças. O endocrinologista é o profissional capacitado para interpretar os resultados hormonais, identificar o tipo de disfunção e ajustar o tratamento de forma segura e personalizada.
O acompanhamento regular é indispensável, não só para equilibrar a produção hormonal, mas também para prevenir crises agudas, controlar complicações metabólicas e garantir o bem-estar geral do doente. A educação do utente sobre a sua condição é igualmente importante, pois permite uma gestão eficaz do tratamento e uma resposta adequada a situações de stress, doença ou cirurgia.
Apesar de discretas em tamanho, as glândulas suprarrenais são essenciais à vida. O seu bom funcionamento garante energia, resistência, equilíbrio e capacidade de adaptação ao stress diário. Cuidar delas é fundamental para preservar a saúde e a vitalidade a longo prazo.
Consultas e Acompanhamento no Vale do Sousa Saúde Penafiel
Nas consultas de Endocrinologia no Vale do Sousa Saúde Penafiel, a Dra. Susana Garrido realiza uma avaliação médica completa e individualizada, com o objetivo de compreender o funcionamento hormonal de cada utente e identificar eventuais desequilíbrios que possam estar na origem de sintomas ou doenças.
Durante a consulta, é feita uma anamnese detalhada, que inclui o histórico clínico, hábitos alimentares, fatores de risco e antecedentes familiares. Sempre que necessário, são solicitados exames laboratoriais e de imagem que ajudam a confirmar o diagnóstico e a definir o plano terapêutico mais adequado.
Cada caso é acompanhado de forma personalizada e contínua, com consultas de seguimento regulares que permitem avaliar a evolução clínica, ajustar medicação e reforçar estratégias de prevenção. Essa abordagem integrada é essencial para garantir o controlo eficaz de doenças hormonais, como diabetes, disfunções da tiroide, obesidade e distúrbios metabólicos, contribuindo para uma melhor qualidade de vida e bem-estar global.
A Dra. Susana Garrido acredita que um acompanhamento próximo e informado é a base para um tratamento de sucesso. Se apresenta sintomas relacionados com o metabolismo, alterações de peso, fadiga persistente ou suspeita de desequilíbrios hormonais, agendar uma consulta de Endocrinologia pode ser o primeiro passo para compreender melhor o seu corpo e restaurar o equilíbrio hormonal.
Para pré-marcação de consultas de endocrinologia pode aceder às seguintes páginas:
Marque a sua consulta e cuide da sua saúde com acompanhamento especializado.

